Estudo florístico de uma mata serrana no Cariri paraibano – Brasil

Abstract

Este trabalho visa apresentar o inventário florístico de um trecho da Serra do Peru, município de Monteiro, Cariri Paraibano, Nordeste do Brasil. A área de estudo abrange 15,5 ha e compreende um complexo de três serras, com vários trechos de acesso restrito. Os trabalhos de campo foram conduzidos entre outubro/2022 e abril/2024 através de caminhadas aleatórias nas principais trilhas, compreendendo a Pedra do Capacete e a Pedra do Peru, para a obtenção de amostras com flores e/ou frutos totalizando 12 incursões. Os espécimes coletados foram incorporados ao acervo do Herbário Manuel de Arruda Câmara (HACAM), Campus I, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A identificação nos níveis de família e espécie baseou-se na literatura, em consultas aos repositórios de dados (Flora e Funga do Brasil, GBIF, SpeciesLink) e especialistas. Foram amostrados 280 indivíduos, totalizando 102 espécies em 76 gêneros e 38 famílias de angiospermas. As famílias mais numerosas foram: Bignoniaceae, Fabaceae e Malvaceae, com oito espécies cada, seguidas de Euphorbiaceae (7 spp.), Convolvulaceae (6 spp.), Myrtaceae (6 spp.), Cactaceae (5 spp.), Commelinaceae (5 spp.), Convolvulaceae (5 spp.) e Rubiaceae (5 spp.). Os gêneros mais numerosos foram: Anemopaegma, Cissus, Croton, Eugenia, Ipomoea e Tillandsia, com três espécies cada, seguidos de Commelina, Guettarda, Helicteres, Jacquemontia, Ruellia, Serjania, Solanum, Spondias, Tacinga e Varronia, com duas espécies cada. Quanto aos tipos de hábitos, o componente arbustivo predominou (35 spp.), seguido dos componentes trepador (21 spp.), herbáceo (20 spp.), subarbustivo (14 spp.) e arbóreo (12 spp.). Foram encontrados três novos registros para o Estado da Paraíba: Plathymenia reticulata Benth. (Fabaceae), Croton adamantinus Müll. Arg. (Euphorbiaceae) e Cissus albida Cambess. (Vitaceae). Com base nos resultados deste estudo, recomenda-se que a Serra do Peru constitua uma área prioritária para a conservação da biodiversidade através da criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA).