Elementos do livro Romeu e Julieta presentes no longa Cartas para Julieta: uma análise semiótica

Abstract

A obra Romeu e Julieta, escrita por Shakespeare, é um clássico que permeia o imaginário de muitos sujeitos como representação do amor como coragem e sem limites, fazendo com que a obra torne-se, praticamente, atemporal, dado o seu conhecimento popular. Graças aos seus significado e grande alcance de público, não é incomum encontrar readaptações e releituras de obras que reproduzem a história contada no drama shakespereano, reproduzindo símbolos marcantes do seu enredo, direta ou indiretamente, que ao serem visualizados, logo remeteram ao conto original. Nesse contexto, esse estudo adotou como objetivo central analisar os elementos do livro Romeu e Julieta presentes no filme Cartas para Julieta, de 2010, e como essa narrativa, já amplamente disseminada na nossa sociedade, contribui para a construção do enredo desta e de outras adaptações que têm clássicos como inspiração. A metodologia adotada utiliza como parâmetro primordial os estudos da semiótica dos símbolos apresentados por Charles Sanders Peirce e Robert Stam para a construção de uma análise qualitativa, buscando ressignificar seus símbolos diante das adaptações. Percebeu-se que as adaptações são dotadas de uma certa essência livre, que utiliza elementos centrais e marcantes das obras de referência, mas que podem conter também perspectivas variadas, modificando inclusive o desfecho da obra, de acordo com o público ao qual se destina e os objetivos que se busca construir nessa nova perspectiva. Concluiu-se então que a partir da linguagem existente entre a literatura e o cinema, a liberdade criativa, associada à preservação de simbologias, é um aspecto inerente às adaptações, tornando esse conjunto de características a essência das “novas obras”.