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O objetivo desse trabalho foi analisar a constituição do Assentamento Maria Menina institucionalmente definido como Projeto de Assentamento Alagoa Nova, localizado no limite entre os municípios de Alagoa Grande e Mulungu-PB. A base territorial do Assentamento Maria Menina é a bacia hidrográfica do rio Mamanguape, área que esteve sob o domínio das oligarquias rurais que exploravam a terra com a cotonicultura, com a pecuária e na várzea do rio a cana-de-açúcar. Esse artigo é em parte fruto de um projeto bem mais amplo sobre a luta e a permanência na terra no Agreste/Brejo paraibano no recorte temporal de 1996 a 2010 como elementos de construção do que se entende como “Territórios de Esperança”. Essa abordagem teórica veio de Moreira (2009), enquanto base para entendermos as questões agrárias em escala local, estadual, regional e nacional. Nesse sentido, o território é a categoria geográfica de analise escolhida, pois na interface com a geografia marxista aponta para as contradições de classes, em que os proletários, e no caso em tela, os camponeses, lutaram contra a dominação econômica, político-cultural e jurídica da região estudada, obtendo êxito e conquistando um quinhão de terra, que passou a representar a autonomia para o trabalho e para a permanência na terra, até certo ponto, livre das amarras das oligarquias locais. O trabalho foi direcionado segundo o paradigma indiciário e rastreamento das áreas de tensão, conflitos e resistência dos camponeses. Os indícios para a pesquisa documental foram os arquivos do INCRA Paraíba, Arquivos da CPT, acompanhamento de reuniões e encontros dos camponeses, pesquisa em Jornais, revistas e outros informativos dos movimentos sociais no campo ou de organismo do Estado. Também foi feita uma pesquisa bibliográfica e entrevistas com os assentados. A pesquisa demonstrou que a luta pela terra e a conquista territorial da mesma, representa um centelha de esperança em dias melhores para os homens e mulheres que vivem e trabalham no campo. |
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