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Os Rios urbanos são os que mais sofrem com a ação antropica, como consequência da urbanização. O Rio do Cabelo está localizado na cidade de João Pessoa e vem sofrendo com a falta de saneamento básico e destino inadequado de resíduos domésticos, o que leva o aumento de matéria orgânica, materiais tóxicos e metais pesados de difícil degradação, comprometendo a biota aquática e a saúde da população ribeirinha. Este trabalho faz parte de um projeto do PRODEMA-UFPB e tem como principal objetivo a sua caracterização física, química e biológica antes da inserção do sistema de tratamento. Foram selecionados seis pontos de coleta, desde a nascente até à sua foz no Oceano Atlântico, entre a praia do Seixas e a praia da Penha. Sendo medidos variáveis como: pH, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, temperatura, clorofila-a, nutrientes nitrogenados: amônia, nitrito e nitrato, e os fosfatados: ortofosfato e fósforo total. As variáveis bióticas analisadas foram: comunidades de fitoplâncton e zooplâncton (análises qualitativas e quantitativas). Para as análises do grau trófico foram realizados as medidas do índice de estado trófico (IET). Em relação as análises de biodiversidade foram calculados os índices de Shannon (H‟) para as variáveis bióticas. Os menores valores de oxigênio dissolvido, elevada condutividade elétrica, elevados valores de clorofila-a e as maiores concentrações de nutrientes foram obtidos nos pontos aonde descarga orgânica era maior, sendo estes no primeiro ponto (P1). A maior abundância de espécies de fitoplâncton e zooplâncton foram encontradas nos locais com maiores concentrações de nutrientes . As Cyanophyceae foi o grupo de fitoplâncton mais abundante, com a espécie Spirulina laxissima como a mais representativa. Em relação ao zooplâncton, os protozoários foram os mais abundantes. O grupo das Bacyllariophyceae foi o mais diverso, principalmente nos pontos P4 e P5 com relação ao fitoplâncton. E o filo Rotifera foi o mais diverso a partir do ponto P2 em relação ao zooplâncton. Os menores valores de Shannon no P1 para as variáveis bióticas, indicam grande alteração e desequilíbrio deste local. A avaliação de estado trófico pelo IET classifica o ponto P1 como o mais hipereutrófico. Com o distanciamento da fonte poluidora, a qualidade física e química da água vai estabelecendo valores considerados normais para ambientes aquáticos, e assim aumentando a diversidade de espécies. O rio do Cabelo nesta perspectiva necessita de melhorias na qualidade da sua água, para o estabelecimento da dinâmica ecológica e boas condições de salubridade da população ribeirinha, que fazem uso da água. |
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