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As necessidades de moradia e trabalho contribuíram para o crescimento das cidades do
Brasil, país que experimentou um processo tardio de industrialização, só iniciado na década de 30.
Com efeito, várias mudanças ocorreram na paisagem das cidades, sobretudo no que se refere aos
aspectos sociais, demográficos, econômicos e ambientais. Nos dias atuais, a grande problemática
está relacionada aos impactos provocados pelas diversas atividades humanas sobre os recursos
naturais, tendo em vista que a infraestrutura urbana enfrenta sérios problemas, comprometendo a
funcionalidade e a sustentabilidade dos ambientes. A água, por exemplo, elemento vital para a
sobrevivência dos seres vivos, merece grande atenção dos estudiosos, dos gestores públicos e da
população em geral, pois o seu uso de maneira irracional acaba tendo repercussões negativas sobre
a qualidade e a disponibilidade. O presente trabalho tem como objetivo analisar a disposição dos
resíduos líquidos produzidos no município de Sapé-PB, bem como os impactos gerados a partir do
lançamento dos mesmos no meio ambiente. A referida cidade localiza-se na Mesorregião da Mata
Paraibana, possui uma população municipal de 50.143 habitantes (IBGE, 2010) e dista 55
quilômetros da capital do Estado. Seu sistema de captação de águas residuárias encontra-se dividido
praticamente em dois tipos: a rede geral de distribuição, construída e administrada pela Companhia
de Águas e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), e a presença de fossas rudimentares, construídas
geralmente pelos próprios moradores nos terrenos das residências. Para a realização do estudo,
vários procedimentos e técnicas foram necessários para a compreensão da problemática dos
resíduos líquidos produzidos no meio urbano: levantamento bibliográfico para a fundamentação
teórica do assunto; consulta aos dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE); coleta de materiais em órgãos públicos, como a Prefeitura Municipal, a Companhia de Águas
e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) e a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba
(AESA); pesquisas de campo, entre outros. Segundo dados disponibilizados pela CAGEPA, através
da Gerencia Regional do Brejo, Sapé possui apenas 16,73% de cobertura sanitária (CAGEPA, 2011).
De acordo com o IBGE (2010), 60% de suas residências canalizam seus esgotos para fossas
rudimentares, o que propicia a contaminação dos lençóis freáticos pela infiltração dos dejetos,
comprometendo a qualidade de vida da população. Para Cordeiro (2004), 80% da população
Sapeense utiliza água de poços para beber e realizar algumas atividades domésticas, fato que
corrobora para agravar a situação. Por fim, através dos levantamentos de campo constatou-se
também que 23,27% desses resíduos são descartados de outra forma, ou clandestinamente. E que a
rede geral de esgotos da CAGEPA é ineficiente não só em extensão, mas também em qualidade, por
não possuir um local adequado para tratamento dos resíduos. |
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