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O presente trabalho objetiva analisar as mudanças que o dia dos mortos, feriado religioso cristão, vem sofrendo na pós-modernidade. Queremos investigar qual a influência da indústria cultural nessa transformação. Para isso, elegemos duas obras, Modernidade Líquida e Indústria Cultural, de ZygmuntBauman e Theodor Adorno, respectivamente, para balizar a pesquisa. A indústria cultural vem solapando o significado de diversos feriados religiosos, tais como o Natal e a Páscoa. A liquefação dos sólidos valores modernos remodelam a cultura tradicional. Os modelos antigos são substituídos pelos descartáveis e nada tem resistido a essa correnteza feroz. O consumismo capitalista, que dentre outras transformações proporcionou o que Bauman conceituou como a fragmentação pós-moderna, é, provavelmente, a base para entendermos a mudança na estrutura do feriado religioso. A partir da discussão marxista acerca da base econômica e do modo de produção, tentaremos refletir sobre o movimento pós-moderno. Conceitos e teorias econômicas, filosóficas e sociológicas podem interagir para dar uma resposta suficientemente científica e plausível para a fluidez axiológica.A leitura social a partir de tais perspectivas pode traçar um panorama do atual paradigma. Não só isso. Pode explicar objetivamente questões como a que será investigada: a fragmentação dos valores e costumes. O dia dos mortos servirá, por fim, como laboratório no qual analisaremos o momento ápice em que os valores e costumes seculares de nossa identidade nacional abismaram frente à voracidade do capitalismo. E, assim, possivelmente, vislumbraremos a transição e a remodelação da cultura, a implosão de antigos valores, a liquefação de outros e a redefinição dos alicerces mais firmes. |
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