Perfil dos portadores de diabetes mellitus II atendidos em um serviço municipal de saúde em Campina Grande

Abstract

O Diabetes Mellitus (DM) tipo II é uma síndrome metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Estima-se que em 2010, 10 milhões de brasileiros serão portadores deste tipo de diabetes, constituindo um dos principais fatores de risco para a ocorrência de doenças crônicas, sendo um grande problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo identificar o estilo de vida de portadores de DM tipo II, atendidos no Serviço Municipal de Saúde, Campina Grande-PB. Com o intuito de conhecer os hábitos alimentares, descrevendo as características socioeconômicas, verificar a prática de exercícios físicos e observar o conhecimento desses clientes sobre a doença. Trata-se de um estudo do tipo transversal descritivo, realizado no Serviço Municipal de Campina Grande, com 48 diabéticos. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados, um questionário realizado nas sessões do Serviço Municipal. A coleta de dados foi realizada no período de maio a junho do ano de 2009. Os dados foram analisados no programa Epi Info 3.3.2. Na amostra detectou-se que 29,2% eram do gênero masculino e 70,8% do gênero feminino, com uma média de idade de 65 anos e 85,4% recebiam até um salário mínimo, sendo a maior parte da amostra composta de aposentados. No que diz respeito aos hábitos de vida, 95,8% não são tabagistas, 95,8% não bebem, 70,8% praticam atividade física, sendo a caminhada (66,7%) a mais realizadas, 52,1% praticam atividade física entre 3 a 5 dias por semana tendo em vista que tiveram mudanças na alimentação e no estilo de vida. Através da avaliação do conhecimento da doença para o controle da glicemia, verificou-se que, 33,3% veem a necessidade de realizar uma dieta balanceada como uma forma de controle, 29% ao consumo de açúcares e 8,3% a prática de exercícios. Quanto aos sintomas mais frequentes para os portadores de DM tipo II foram relatados: 22,9% fraqueza, 20,8% tontura, 4,8% náuseas, 2,1% sudorese e 37,5% outros sintomas não citados no questionário. Dos entrevistados, 37,5% têm a doença a mais de 10 anos. Os resultados indicam que as condições crônicas de saúde (CCS) requerem estratégias de cuidado especiais que ajudem os pacientes a despertar a consciência para o autogerenciamento, desafio este grande, pois envolve uma reorganização severa nas maneiras de levar a vida cotidiana, que deverá incluir um constante autocontrole.