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Este trabalho tem como objetivo identificar, nos discursos do ex-primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, as tentativas de associar a criação de um Estado palestino à ameaça a segurança do Estado de Israel. Dessa forma, optou-se por utilizar a análise de discurso como método de pesquisa, pautando-se na abordagem pós-positivista das Relações Internacionais. No primeiro momento, faz-se uma discussão sobre a abordagem pós-positivista, contextualizando a sua utilização na disciplina de Relações Internacionais. Ademais, são apresentadas as críticas pós-positivistas às teorias tradicionais das Relações Internacionais, bem como os novos métodos de pesquisa e as novas perspectivas e temas estudados. Ainda, são contempladas as perspectivas de Rob Walker (1995) sobre o binômio “dentro/fora” e o Estado soberano, demonstrando como este binômio e a concepção tradicional de Estado soberano influenciaram na criação das teorias tradicionais das Relações Internacionais e como as narrativas disseminadas pelos estudiosos dessas teorias conseguiram permanecer como dominantes por vários anos. Em seguida, dá-se destaque a três temas essenciais para este trabalho: as novas abordagens sobre os discursos e questões de segurança, apresentados por Rob Walker (1997); a importância da construção da identidade, em especial a construção do “eu” e do “outro” para os discursos sobre segurança, defendidos por Lene Hansen (1996) e David Campbell (1992, apud, BARROS, 2006); e as políticas de exceção como ações de defesa do Estado, apresentados por Carl Schmitt (1992, apud, MENDES, 2008). Posteriormente, aborda-se a metodologia da análise de discurso, dando ênfase à desconstrução de Jacques Derrida (2004, apud, MENDES, 2008), à sistematização da análise de discurso elaborada por Lene Hansen (2006, apud, LEITE, 2012). Por fim, apresenta-se a análise dos discursos do ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, mostrando as características utilizadas por ele para retratar a identidade dos palestinos, definindo-os em seus discursos de segurança como inimigos do Estado de Israel e utilizando esta definição como forma de legitimar políticas de exceção e de dificultar a criação do Estado palestino. |
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