Resumo:
A Resolução 181 aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 29 de novembro de 1947 previa o estabelecimento de um Estado judeu e um Estado palestino na Palestina. Atualmente sabe-se que um Estado israelense foi de fato consolidado na região, mas um Estado palestino não. Dessa maneira, a luta e o direito do povo palestino por um Estado independente e viável tem ganhado cada vez mais relevância dentro das discussões políticas internacionais e das abordagens em torno do conflito palestino-israelense. Com efeito, a presente pesquisa situa a influência de ideologias e formulações estratégicas do movimento político sionista como de fundamental importância para a análise dessas discussões. Destaca-se, entre elas, a ideologia da Eretz Israel e a filosofia política preconizada pelo líder do sionismo revisionista Ze've Jabotinsky, denominada de "Muralha de Ferro". A primeira corresponde a alegada reivindicação histórica e moral do povo judeu a toda a "Terra de Israel" e a segunda corresponde a uma estratégia baseada no uso da força, acima do da diplomacia, para se implementar o empreendimento sionista atingindo uma solução conciliatória entre judeus e palestinos. Tendo em vista essas questões, este trabalho tem como objetivo identificar as implicações da internalização da política da Muralha de Ferro pelos sucessivos governos de Israel para a (in)viabilidade de um futuro Estado palestino. Para tanto, em um primeiro momento, apresenta-se a evolução do conflito palestino-israelense a partir da perspectiva das transformações sofridas pelo território da Palestina, principalmente após a Guerra dos Seis Dias de 1967. Essa análise confere a base para se discutir sobre o problema da (in)viabilidade de um Estado palestino. Por fim, analisa-se detalhadamente a teoria da Muralha de Ferro, para perceber como foi concebida e que implicações ela falhou em antecipar, demonstrando que, na sua aplicação, ela não conduziu a um apaziguamento entre palestinos e israelenses de modo que ambos os povos pudessem conviver como bons vizinhos. Assim, percebe-se que a política da Muralha de Ferro tem sido utilizada para servir a interesses expansionistas do governo de Israel, visando a conquista da Eretz Israel.
Descrição:
ARAÚJO, G. C. de A. Boas cercas fazem bons vizinhos? a muralha de ferro e a (in)viabilidade de um futuro Estado palestino. 2014. 59f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Relações Internacionais)- Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2014. [Monografia]