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Visando ampliar o conhecimento da ecologia de samambaias no Brasil, o presente
estudo analisou os aspectos fenológicos de quatro populações deste grupo vegetal em um
remanescente de Floresta Atlântica Nordestina, Paraíba, Brasil. Foram determinadas e
marcadas populações de Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch., Lygodium volubile Sw.,
Thelypteris interrupta (Willd.) K. Iwats. e Thelypteris serrata (Cav.) Alston, acompanhadas
durante 12 meses, registrando dados fenológicos e de herbivoria foliar, relacionando-os com
dados climatológicos dos períodos (temperatura e pluviosidade). Para A. danaeifolium, L.
volubile e T. serrata também se registrou a taxa de sobrevivência e as causas mais comuns
que ocasionaram as mortes dos indivíduos. Verificou-se que a produção de frondes estéreis
nas populações estudadas teve ocorrência para ambas as estações sazonais, sendo apenas em L. volubile significativamente maior durante o período chuvoso. Em relação à produção de
frondes férteis, destaca-se que esta ocorreu apenas em A. danaeifolium, não apresentando
diferença significativa quanto à intensidade entre as estações. A senescência foliar ocorreu em
ambas as estações sazonais, e não apresentou diferença quanto à intensidade para A.
danaeifolium, T. interrupta e T. serrata, diferentemente de L. volubile, em que o referido
evento fenológico ocorreu apenas na estação chuvosa. As frondes de A. danaeifolium são
atacadas continuamente por herbívoros, enquanto que em L. volubile as frondes são atacadas
apenas durante o período chuvoso. Em T. interrupta e T. serrata, a herbivoria não apresentou
sincronia com a sazonalidade, nem diferença quanto à intensidade entre os períodos seco e
chuvoso. A menor exclusão amostral de indivíduos neste estudo ocorreu para A. danaeifolium
(20%), enquanto que em L. volubile e T. serrata a exclusão amostral foi equivalente a 30 e
40%, respectivamente. O ressecamento e os acidentes naturais são as principais causas que
ocasionaram as mortes dos indivíduos estudados (90%). A partir destes resultados se concluiu
que a sazonalidade local não foi determinante para a ocorrência de todas as fenofases
analisadas para as quatro populações estudadas. Evidenciando ainda que as condições de
microhabitat (ausência de dossel tamponante, borda florestal e encosta de declividade)
também se mostraram determinantes ao comportamento fenológicos das samambaias
estudadas Fato este que corrobora para a importância da conservação do ecossistema
estudado, visando á manutenção de microhábitats que proporcionem o desenvolvimento e o
sucesso reprodutivo das samambaias ocorrentes no local. |
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