Resumo:
Este trabalho propõe discutir os conceitos de família e civilidade no Brasil durante o século XIX,
através do Código do Bom-Tom, escrito pelo cônego J. I. Roquette. Sua autoria é atribuída a um bom
pai, que tendo perdido a esposa saiu de Portugal e decidiu educar os dois filhos em Paris. Escrito em
português este guia ganhou leitores fiéis em meio à nobreza recém-criada no Brasil imperial.
Considerando que, a família é uma instituição em eterna mutação na qual se conjugam valores,
crenças, conhecimentos e práticas, e uma das entidades mais antigas do mundo, percebe-se que, ao
longo da história, a família sofreu fortes influências culturais, ocasionando mudanças nos papéis e nas
relações em seu interior, bem como alterando sua estrutura no que diz respeito à composição familiar.
Tendo em vista que, durante o século XIX a família brasileira era patriarcal, comandada pelo pai
detentor de enorme poder sobre seus dependentes, e que a vida urbana praticamente inexistia, a
sociedade brasileira nesse período sofreu uma série de transformações, como a consolidação do
capitalismo, a ascensão da burguesia, além do incremento de uma vida urbana que oferecia novas
alternativas de convívio social, reorganizando as vivências familiares e domésticas. Nesse contexto,
toma força um novo gênero literário consagrado às boas maneiras, tais guias de boa conduta
dedicavam-se a “ciência da civilização”, definindo regras de comportamento nos espaços públicos,
atribuindo papéis a serem desempenhados por homens e mulheres, estipulando normas. Sendo assim, a
pesquisa aqui relatada objetiva aprofundar os conhecimentos em torno da importância desses manuais,
sobretudo, do Código do Bom-Tom, para a sociedade brasileira imperial, promovendo reflexões de
temas como família e civilidade.
Descrição:
SOUSA, J. C. de. Família e civilidade no Código do Bom-Tom. 2012. 23f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2012.