Tutsis e Hutus: socorridos ou agravados? uma análise pós-colonial do genocídio em Ruanda

Abstract

O genocídio em Ruanda se caracteriza como um dos eventos mais brutais na história mundial, no entanto, seu reconhecimento por parte dos Organismos Internacionais e o esforço para contê-lo foram tardios e ineficazes. A fim de reverter a inação da ONU em primeira instância, uma intervenção humanitária foi recomendada ao país, com o objetivo de conter o avanço do genocídio. Contudo, a pouca compreensão da situação em Ruanda tornou as ações de ajuda em intensificação da violência na região e arredores. O resultado do genocídio foi a eliminação de 11% da população ruandesa, além dos impactos políticos, econômicos e sociais para o país. Na intenção em dar voz aos povos silenciados e repensar as RIs sob uma ótica do colonizado sobre seu colonizador, esta pesquisa irá analisar a intervenção humanitária em Ruanda à luz da perspectiva pós-colonial. A fim de responder: como o pós-colonialismo interpreta as intervenções humanitárias realizadas pela ONU em Ruanda em 1994. Para tanto é utilizada a metodologia de caráter qualitativo, mediante pesquisa bibliográfica e documental. Partindo do método dedutivo, o trabalho explana a respeito do histórico de intervenções humanitárias como resposta a situações de crise como um aspecto geral e se finda no caso particular em Ruanda no ano de 1994. O primeiro capítulo avaliará o contexto político do cenário internacional, no qual as intervenções humanitárias emergem enquanto resposta e solução aos novos e velhos dilemas internacionais. O segundo capítulo analisará um apanhado literário acerca da abordagem pós-colonial e de alguns dos seus respectivos autores. Finalmente, o último capítulo se dedicará a análise e leitura da colonização em Ruanda e a repercussão de seus efeitos sobre o país, sendo esta dominação considerada como uma das principais influências para o estopim da crise política, econômica e identitária na região.