Erupção passiva alterada e suas implicações no tratamento ortodôntico – Revisão de literatura

Abstract

O sorriso gengival ou exposição gengival excessiva representa uma queixa frequente na ortodontia. Um dos fatores que favorecem o surgimento do sorriso gengival é a Erupção Passiva Alterada (EPA), ou seja, a ausência de uma correta migração apical da margem gengival, permanecendo parte da coroa clínica do dente coberta por gengiva. Tal condição pode representar insucesso na execução do tratamento ortodôntico (TO). Além disso, relata-se que após o TO, um "sorriso gengival" pode se desenvolver. Este trabalho objetivou apresentar uma revisão de literatura sobre as implicações da erupção passiva alterada no tratamento ortodôntico, visando auxiliar aos profissionais da odontologia sobre o adequado diagnóstico e manejo desta condição e consequente sucesso no tratamento ortodôntico. Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados PUBMED/MEDLINE, COCHRANE LIBRARY e SCIELO por trabalhos abordando a EPA e/ou Tratamento Ortodôntico, publicados de 2000 a 2016, em inglês, português e espanhol, case reports, classical articles e reviews, disponíveis na integra gratuitamente sobre o tema. Verificou-se que a erupção passiva alterada é uma condição de ocorrência relativamente frequente, variando sua prevalência de 12.1% a 35.8% nos pacientes ortodônticos. Ela representa um limitante para o sucesso ortodôntico, pela sua interferência na correta colocação dos bráquetes, porém, o próprio TO pode representar um indutor ou agravante da EPA em pacientes não avaliados criteriosamente. Conclui-se que, considerando que a adequada colocação do aparelho ortodôntico é um fato imprescindível para uma satisfatória correção de má oclusão, é imprescindível que os profissionais da ortodontia tenham conhecimento sobre o diagnóstico e manejo interdisciplinar correto da EPA, garantindo assim resultados satisfatórios desde o ponto de vista estético e funcional.