Economia e escravizados(a)s nos anos finais da escravidão em Bananeiras - PB

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo analisar a produção econômica e a presença do(a)s escravizado(a)s na vila (1833) e cidade (1879) de Bananeiras-PB nos anos finais da escravidão. Para construir este Trabalho de Conclusão de Curso foi fundamental a leitura da historiografia da região e da escravidão brasileira, especialmente a que diz respeito a Bananeiras-PB (GALLIZA, 1979; COSTA, 1992; SILVA, 1997; 2007; ROCHA, 2001; OLIVEIRA, 2017). A partir desta leitura historiográfica foi possível ter acesso a documentação e analisa-la. Assim, neste trabalho analisamos três inventários post-mortem e as listas de matrículas que foram anexadas nesta documentação de senhores de escravizado(a)s que vivenciaram os últimos anos da escravidão em Bananeiras-PB: Estevão José da Rocha (1874), Nicoau Joze de Carvalho de Brito e Virginio Barbosa de Lucena (1888). Esta documentação foi imprescindível para a nossa investigação. Desta forma, nestes três inventários identificamos a produção econômica de alguns dos principais senhores donos de escravizado(a)s e, bem como, foi possível constituir traços dos perfis do(a)s escravo(a)s que pertencentes a estes escravocratas. O levantamento dos perfis foi importante para “reconstituir” parte da presença negra na região. Não simplesmente propriedade, mas como pessoas que, mesmo com a crueldade da escravidão, contribuíram de alguma forma com Bananeiras-PB. Desse modo, percebemos que em Bananeiras-PB ocorreu a escravidão que durou desde o início de sua colonização até o último quartel do século XIX quando foi extinta a sua legalidade jurídica. Mesmo que o quantitativo de escravizado(a)s em Bananeiras-PB, fosse pequena em relação a outros locais do Brasil, isto não anula as agruras e a presença de mulheres e homens que foram escravizados no “Brejo das Bananeiras”. Por fim, este trabalho soma-se a diversos outros sobre a escravidão na Paraíba e a História da Paraíba-PB no final do século XIX.