Resumo:
O presente trabalho visa analisar as representações e discursos do filme francês Baisers Cachés (Beijos Escondidos) lançado em 2016, produzido por Didier Bivel, ao se referir à heteronormatividade especialmente no ambiente escolar. Trata-se de um filme televisionado na Europa e exportado internacionalmente através das redes francesas de televisão, e utilizado como protesto em 2017 no dia Internacional de Combate à Homofobia. A trama se desenvolve em uma escola permeada pelo discurso da tradicionalidade e conservadorismo, e do não cuidado com os sujeitos e suas subjetividades, Bivel romantiza a história de dois adolescentes, Nathan (Berenger Anceaux) e Louis (Jules Houplain) que se encontram aprisionados e vítimas de seus próprios desejos ao possuírem a sexualidade desviante da norma heterossexual hegemônica. Para proceder à análise, utilizamos a História Cultural como aporte teórico, e conseguinte da interdisciplinaridade proposta pelos Annales na historiografia, utilizando o conceito de representação e o cinema como fonte histórica de produção, além disso, dialogamos com vários campos do conhecimento, entre eles a Antropologia, Pedagogia, Sociologia, e a Psicologia, com o objetivo de discutir como a heteronormatividade acontece e se fixa como instrumento de formatação de comportamento dentro e fora da escola e como é possível diminuir as exclusões pelas diferenças no local que a priori deveria acolher as múltiplas experiências de todos que formam o espaço específico e a sociedade. Por fim, compreenderemos a escola como espaço reprodutor das discriminações e preconceitos, com consequências que ganham dimensões e alimentam a violência e a intolerância existente no seio social, e a família como importante base para a diminuição desses estigmas referentes às sexualidades.
Descrição:
TRINDADE, J. P. da. A escola e a heteronormatividade: uma análise de suas relações com base no filme Baisers Cachés (2016). 2017. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2018.