A Igreja Católica e o Processo de moralização dos negros escravizados no Brasil do século XVII

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo mostrar os preceitos, fundamentos e características nas quais aconteceram o processo de moralização dos negros escravizados no Brasil, para isto é indispensável discutir a influência que a Contra Reforma teve nas medidas adotadas pelos inacianos e pelo clero secular, já que foi durante a Contra Reforma que a Companhia de Jesus ganhou notoriedade, devido as suas propostas de inovações doutrinarias. A defesa do Catolicismo frente ao avanço protestante marcou as decisões do Concilio de Trento, que viu a necessidade de manter as ordens religiosas no Brasil, e regular o clero secular visto que este começara a julgar diversas condutas sexuais em juízo consideradas pela Igreja heresia. No estudo do processo de moralização, vimos a maneira pela qual a Igreja, cuidava da pregação de fé aos negros escravizados, inicialmente empenhada através do batismo e posteriormente na adequação de santos negros, utilizados como exemplo de bom comportamento cristão. Uma das grandes imoralidades que a Igreja tentou combater em terras brasileiras foi o concubinato que acontecia entre senhores e mulheres escravizadas. A ligação comum dos interesses da Igreja com a monarquia dificultou bastante a real imposição do clero, já que até mesmo este estava maculado a Igreja Católica com a “mancha” da promiscuidade sexual.