Resumo:
O presente estudo tem como objetivo analisar a oclusiva glotal [ʔ], também conhecida
como glotalização e parada glotal. Esta consonante é considerada como um segmento
complexo para aprendizes/falantes de inglês como segunda língua (L2). Cientes da
carência de trabalhos no Brasil que analisem a oclusiva glotal com interface em L2, nos
propomos neste trabalho, analisar a oclusiva glotal a fim de verificar se brasileiros
aprendizes/falantes de inglês produzem ou demonstram dificuldades na realização da
oclusiva glotal enquanto alofone da oclusiva coronal /t/, e mostrar, através de análise
acústica da fala, como se dá a produção do fenômeno de glotalização. Para tanto, nos
embasamos em estudos como os de Eddington & Taylor (2009), Ogden (2009), Faris
(2010), Lima-Gregio (2011), Oliveira (2017), dentre outros. O corpus da pesquisa está
constituído por seis informantes, sendo quatro brasileiros, grupo experimental (GE) e dois
norte-americanos oriundos dos Estados Unidos, grupo controle (GC). Os dados foram
lidos, coletados e submetidos ao programa computacional Praat para análise acústica das
amostras e ao Programa R para análise estatística destas. A técnica por nós utilizada foi a
Distribuição de Qui-quadrado. Os resultados apontam que os nativos de inglês
pronunciam de maneira significativa a oclusiva glotal em substituição da oclusiva
coronal, em contrapartida os brasileiros produzem significativamente pouco a oclusiva
glotal. Além da glotalização, nos deparamos com outros gestos laríngeos tais como,
laringalização e reforço glotal produzidos tanto pelo GC quanto pelo GE. Nossos dados
também apontam que, acusticamente, a glotalização e a laringalização são fenômenos
muito semelhantes podendo um influenciar a produção do outro.
Descrição:
DUARTE, M. dos S. M. Produção da oclusiva glotal [ʔ] por falantes brasileiros de inglês como L2. 2019. 64f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2019.