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As percepções tendem a ser convergentes entre grupos que compartilham modelos
culturais, como é o caso dentro de um determinado país. Todavia, autores sugerem
que as percepções tendem a ser menos homogêneas quando as pessoas
consultadas tem menos acesso à mídia e à informação. A pesquisa objetivou
analisar as mudanças climáticas a partir da percepção dos profetas da chuva
ocorridas nas comunidades rurais de Lagoa do Castro, Utinga e Saquaíba, em
Mulungu (PB), além de caracterizar geoambientalmente, nas comunidades,
vulnerabilidades, mitigação e adaptação realizada por estes agricultores no
enfrentamento às mudanças climáticas. Após análise, percebeu-se que com o
auxílio das percepções os profetas da chuva vêm notando mudanças na estação
chuvosa, nos animais, na floração de algumas plantas, diminuição da produtividade,
aumento da temperatura e escassez de água entre outras e associam estas
mudanças às variações climáticas. Constatou-se que as categorias observadas são
fauna, flora, astros, fenômenos atmosféricos e algumas datas específicas e
religiosas, que auxiliam na elaboração das previsões do tempo e no planejamento
da agricultura, para reduzir os riscos de perda da lavoura. A pesquisa teve início em
março de 2018 e estendeu-se até novembro de 2018, tendo sido aplicados 60
questionários/formulários, 20 em cada comunidade. A técnica aplicada foi a bola de
neve (SnowBall), aliada às entrevistas semiestruturadas, com alguns registros
fotográficos e áudios. Conclui-se que, quanto menor a comunidade, estes profetas
detêm maior conhecimento sobre estas experiências e que existe uma maior
credibilidade nos prognósticos realizados em campo do que os propagados pela
indústria midiática. |
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