Resumo:
A religião ainda é um fator importante na eclosão de conflitos, como, por exemplo, no Sudeste Asiático, mais precisamente na região da antiga Birmânia e se apresenta de diversas formas, sendo uma delas, o fundamentalismo budista. No caso específico birmanês, a instabilidade parece ser uma característica predominante, no espaço que compreende 135 etnias distintas entre si. O budismo exerce considerável influência sobre Mianmar, pois 89% do povo professa tal religião, sendo propagada com o passar dos anos como uma ideologia que defende a superioridade budista sobre as demais existentes, em especial devido à relação entre tal religião e os longevos governos militares birmaneses. Sob a égide deste discurso, muitas práticas violentas, são realizadas, especialmente pelo grupo extremista 969, contra a minoria mulçumana rohingya. Nas últimas décadas, a desigualdade econômica e o distanciamento geográfico entre os budistas rakhine e os muçulmanos rohingya cresceram gradualmente. Além disso, ainda persiste o temor de que a comunidade rohingya supere demograficamente os rakhine, seja por taxa de natalidade mais expressivas ou pelo amplo fluxo de imigração ilegal. Sendo assim, este trabalho visa identificar os principais elementos que motivam uma radicalização do budismo no Mianmar. Para tanto, são expostas primeiramente, reflexões gerais sobre a religião e sua ampla capacidade seja para promover violência ou corroborar em prol da paz, a seguir é analisado como fundamentalismo budista surge e como o sentimento antimuçulmano passou a ser propagado resultando numa das maiores crises humanitárias desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Descrição:
DIAS, B. A. A reprodução do budismo no Mianmar como viés terrorista de religião. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Relações Internacionais) - Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2018. [Artigo]