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Falar de África trata-se de conhecer nossas próprias raízes, que por mais que sejam
faladas hoje, para alguns, ainda é algo desconhecido e negligenciado. Falar sobre a
religiosidade afro-brasileira é falar de vocação e principalmente de resistência; é
conhecer um povo que preza por sua família; é falar da população negra de
Guarabira-PB, que é discriminada por sua cor e por suas práticas religiosas, que se
encontram às margens da sociedade, como o Candomblé, a Umbanda e a Jurema
Sagrada. Nesta pesquisa, foi encontrado um pedaço da África na cidade de
Guarabira-PB, sob a liderança de duas mulheres negras e fortes, zeladoras de
santo, que desde a infância encontraram seus dons e se conectaram com seu
espiritual e com elementos de origem africana. Além de organizado em nosso Brasil
e presente em nossos estados como herança cultural, a realidade é que a cultura
africana e afro-brasileira é bem presente na cidade; porém, as casas onde existem
as práticas não são acessíveis ou facilmente identificadas. Normalmente localizadas
em bairro periféricos e/ou escondidas, a maioria não tem uma placa ou alguma
identificação para informar que aquele local é um terreiro, diferentemente de mãe
Luzia, que tem uma placa, e mãe Joseane, que tem sua casa de candomblé
sinalizada. Com a ajuda dos moradores e das próprias sacerdotisas, fomos capazes
de encontrar as outras casas. Pudemos assim, compreender um pouco sobre a vida
dessas mães de santo e desmistificar a demonização e o preconceito que a
sociedade tanto lhes impõe. |
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