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A violência é um problema de saúde pública mundial que pode materializar-se de muitas formas, sendo mais comuns os casos de agressão física resultante de Violência Física Interpessoal (VFI). O objetivo deste estudo foi traçar o perfil das vítimas de VFI por arma branca e identificar fatores associados à ocorrência de trauma maxilofacial. Trata-se de um estudo transversal com base em uma avaliação de 569 registros médico-legais e sociais de vítimas de VFI causada por arma branca atendidas em um Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL). As variáveis investigadas relacionaram-se às características sociodemográficas das vítimas, às circunstâncias das agressões e aos padrões de trauma. Foram utilizadas estatísticas descritivas e multivariadas por meio da análise de á rvore de decisão pelo algoritmo CHAID (Chi-squared Automatic Interaction Detector), bem como análises de regressão de Poisson univariada e multivariada. Observou-se que a ocorrência de traumatismo oral-maxilofacial foi de 19,3%. A média de idade das vítimas foi de 31,29 (DP = 13,82 anos). Com base na árvore de decisão, o perfil da violência pode ser explicado pelo sexo da vítima (p < 0,001), pelo sexo do agressor (p = 0,006), região de moradia da vítima (p = 0,009) e ocupação da vítima (p = 0,049). Com base no modelo de regressão de Poisson final, pessoas em união estável foram mais propensas a sofrer trauma maxilofacial (RP = 1,67; IC 95% = 1,01-2,77; p = 0,046) em comparação com aquelas que eram solteiras. Além disso, indivíduos que não trabalhavam foram mais propensos a exibir trauma maxilofacial (RP = 1,88; IC 95% = 1,19-2,95; p = 0,007) em comparação com aqueles que trabalhavam na condição de não assalariado. Os resultados evidenciaram que a prevalência de trauma oral- maxilofacial nesses casos é alta e os principais fatores que podem estar associados são o estado civil e a ocupação da vítima. |
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