Resumo:
O presente estudo, de base qualitativo-interpretativa (MINAYO, 2007), encontra-se voltado à investigação da afetividade (HILLAL, 1985) do professor e a mediação (VYGOTSKY, 2000) com seu aluno, revelada em um relato de experiência de estagiários do curso de Letras-Português, da Universidade Estadual da Paraíba. Para isso, a pesquisa apoia-se em um contexto investigativo baseado na Linguística Aplicada (CAVALCANTI, 1986) e visa: investigar a afetividade entre professor e alunos no contexto de sala de aula e a influência dessa mediação no ensino-aprendizagem. Esse objetivo geral está subdivido em: analisar a postura afetiva de duas professoras, que atuam em uma mesma escola, ao fazerem uso de ferramentas didáticas em sala de aula, na educação básica; e compreender como o uso das capacidades docentes pode auxiliar na mediação com os alunos. Para tanto, o construto teórico está centrado no Interacionismo Sociodiscursivo, sobretudo, nos recursos do agir docente, propostos pela Semântica do Agir (BRONCKART; MACHADO, 2004) e nas contribuições: de Morales (1999), Tardif (2011) e Tardif e Lessard (2014), que refletem sobre a construção da relação professor-aluno; de Hillal (1985), que aborda a afetividade como base dos relacionamentos em sala de aula; de Land (2017), que retrata as emoções nas relações interpessoais; e de Vygotsky (2000), que ressalta o papel da mediação na construção do conhecimento. A análise do corpus apresentou os seguintes resultados: a princípio, as duas docentes fizeram boas escolhas das ferramentas coletivas utilizadas em sala, valorizando a oralidade e os recursos audiovisuais, no entanto, uma delas priorizou a discussão das apresentações, estimulando a participação dos discentes, estreitando suas relações afetivas, enquanto que a outra se restringiu a seguir o planejamento previamente elaborado, aplicando atividades aleatórias para casa, gerando repulsa e descaso dos alunos; e no plano das capacidades individuais, uma optou por um método diferenciado por turma, por reconhecer que cada uma tinha um perfil particular, já a outra preparou a mesma aula para todas as salas, sem se preocupar em estabelecer uma mediação entre os aprendizes ou mesmo uma relação mais afetiva com eles. Em linhas gerais, pode-se dizer que o trabalho docente precisa estabelecer uma constante mediação com os aprendizes, pois, não se trata apenas de considerar o aluno como único, mas de estabelecer relações, estimular interesses coletivos, contribuindo para que, de fato, a afetividade seja uma motivação na busca pelo aprendizado.
Descrição:
BRITO, M. de F. da S. A relação afetiva entre professor e alunos, mediada pelos recursos do agir docente. 2019. 27p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras - com habilitação em Língua Portuguesa) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2019.