Resumo:
A islamofobia constitui-se como uma forma única de discriminação tanto por atores privados como estatais, e tem como alvo indivíduos que creem na religião muçulmana. No caso dos Estados Unidos, nota-se que houve um agravamento desse problema após a instauração da denominada “guerra ao terror”, com o advento da retórica islamofóbica estabelecida pelo governo estadunidense e pela mídia. O resultado inicial dessa política foi a intensificação da insegurança da população muçulmana, mas, principalmente em relação às mulheres muçulmanas, pelo fato de que estas normalmente vestem o véu, o que as identifica prontamente como muçulmanas. Assim, calcado num recorte de gênero, este trabalho propõe como norte a questão, a saber: de que forma as mulheres muçulmanas tornam-se mais vulneráveis à islamofobia? O objetivo geral do presente trabalho consiste em analisar o problema generificado da islamofobia nos Estados Unidos. Os objetivos específicos consistem em: (I) Definir islamofobia e descrever a islamofobia nos Estados Unidos; (II) Descrever de que forma as mulheres muçulmanas são mais vulneráveis ao problema; (III) Analisar dados quantitativos sobre a islamofobia nos Estados Unidos a partir de um enfoque de gênero. A metodologia incorporada caracteriza-se como feminista, de abordagem qualitativa. A análise foi feita com base em revisão sistemática de bibliografia, a partir de livros, revistas, relatórios e artigos sobre a problemática. A relevância dessa problemática dá-se em virtude da persistente marginalização das experiências femininas no campo das Relações Internacionais, que mesmo após o desenvolvimento do interesse em estudar o fenômeno da islamofobia, a academia perpetua uma visão masculinizada da questão, que pretende ser problematizada nesta pesquisa.
Descrição:
ALVES, E. M. A face oculta do gênero na islamofobia: os desafios enfrentados pelas mulheres muçulmanas nos Estados Unidos (2001-2018). 2019. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Relações Internacionais) - Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2019. [Artigo]