Resumo:
Os peixes de ambientes estuarinos desempenham um importante papel ecológico, como a transformação do potencial energético e o seu fluxo dentro do ecossistema. Os estudos sobre hábito alimentar em peixes proporcionam uma melhor compreensão das relações entre as espécies e o ecossistema, as quais podem refletir variações devido à sazonalidade e ao grau de impacto antrópico local. O presente estudo objetivou descrever a proporção de itens ingeridos por peixes no Estuário do Rio Paraíba, no intuito de relacionar a dieta dos peixes nele ocorrentes ao impacto antrópico presente neste ecossistema. Para isso foram realizados arrastos manuais neste estuário, entre maio de 2016 e março de 2017, abrangendo as estações seca e chuvosa e as zonas à montante e à jusante do estuário. Após a identificação de peixes e itens alimentares em laboratório, sua dieta foi analisada por meio do índice alimentar (IAi). Nesse contexto, a partir da análise dos 712 indivíduos distribuídos em 18 espécies e nove famílias, obteve-se uma variedade de 22 itens alimentares e dois itens não alimentares, onde a partir da dieta observada foram classificadas três guildas tróficas, os zooplanctívoros, os bentívoros e os insentívoros para as assembléias de peixes. Os itens alimentares que apresentaram um maior compartilhamento entre as espécies, como também, predominaram na dieta dos peixes foram: Decapoda Brachyura, Hymenoptera e Polychaeta. A análise da sobreposição alimentar observada revelou a partição trófica dos recursos disponíveis pelas espécies e as distintas guildas inferem em estratégias que permitem a coexistência das mesmas no ambiente. O item não alimentar microplástico ocorreu em 12 (66,67%) das 18 espécies consideradas, com consumo majoritário de microplásticos registrado para peixes de hábito bentívoro.
Descrição:
SILVA, J. R. P. da. Dieta e ingestão de microplásticos em peixes do estuário do Rio Paraíba, Paraíba, Brasil. 2018. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2018. [Artigo]