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O conceito de alfabetização no Brasil vem passando por momentos diferentes ao
longo dos anos. Inicialmente, afirmava-se que uma pessoa era alfabetizada quando sabia
ler e escrever o seu próprio nome. Até o Censo de 2000, o IBGE considerava uma
pessoa alfabetizada quando fosse capaz de ler e escrever um bilhete simples. Diante das
modificações culturais, econômicas e sociais, essas habilidades tornaram-se
insuficientes para assegurar as práticas sociais de leitura e escrita na sociedade.
Chegando a divulgação do conceito de “analfabetismo funcional” referindo-se àqueles
que têm o domínio limitado das habilidades de leitura e escrita. A partir daí, o IBGE
passou a divulgar os índices de alfabetismo/analfabetismo e os de analfabetismo
funcional tomando como base o número de séries concluídas. Com a insuficiência de
conceitos e expressões capazes de retratar o sistema de apropriação da linguagem
escrita, estudiosos passaram a empregar o termo letramento. A alfabetização refere-se
ao domínio dos códigos, tecnologia e o conjunto de técnicas na escrita e o letramento a
ampliação desses conhecimentos através da interação, interpretação e produção de
diferentes tipos de texto socialmente produzidos. Nas sociedades contemporâneas, a
escola é a instituição responsável pela promoção oficial do letramento. Porém,
pesquisas indicam que as práticas de letramento presentes dentro da escola estão bem
diferenciadas das ocorridas em seus contextos exteriores. Ao serem utilizados métodos
de codificar e decodificar a escola ainda não se adequou ao papel do letramento escolar.
Para alfabetizar letrando a escola precisa possibilitar ao aluno vivenciar em seu
cotidiano situações utilizando textos que serão lidos e escritos atendendo a uma
determinada finalidade. A pesquisa, que se configura em um estudo exploratório,
objetiva discutir a importância de se alfabetizar letrando. Para isso relata uma
experiência vivenciada em uma sala de aula da série do Ensino Fundamental de uma
escola pública da rede municipal de ensino. Baseada nos estudos de Kleiman (1995),
Soares (1998), Senna (2007), Silva (2012), a experiência mostrou que não é o suficiente
apenas o estudo dos textos. É necessário, para um aprendiz da linguagem escrita
aprender as convenções desse sistema alimentando a reflexão sobre as palavras sendo
preciso desenvolver habilidades de análise fonológica. Permitindo ao aluno pensar
enquanto aprende, visando assim adquirir sua autonomia exercendo a leitura e escrita de
cidadãos letrados. |
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