Resumo:
O Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio que apresenta componentes metabólicos e vasculares. A hiperglicemia associada a anormalidades no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas são as características principais da doença. O presente estudo objetivou revisar a literatura a cerca do Diabetes Mellitus, discutir suas implicações na condição bucal dos pacientes e descrever condutas clínicas que promova um atendimento odontológico seguro. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica nas seguintes bases de dados MEDLINE e LILACS. A busca realizada utilizou os descritores: “Dentistry”, “Diabetes Mellitus” e “Dental Care”, bem como seus correspondentes na língua portuguesa. O Diabetes Mellitus pode ser do tipo1, tipo 2 ou gestacional. O diagnóstico inicial geralmente é baseado em sinais e sintomas retratados pelo paciente, tais como poliúria, polidipsia, polifagia e perda inexplicável de peso. Para pacientes com suspeita de Diabetes Mellitus, orienta-se a realizações dos exames: Glicemia em Jejum e/ou Teste oral de Tolerância à glicose. Para os pacientes já diagnosticados com DM, sem controle ou na ausência de resultados de meses anteriores, orienta-se o exame da Hemoglobina Glicada. Os portadores da Diabetes Mellitus podem apresentar manifestações clínicas e sintomatologia bucal, sendo condicionadas diretamente ao grau de cronicidade em que o paciente se encontra. Recomenda-se ao CD tomar precauções como a checagem da glicemia capilar com glicosímetro antes do procedimento odontológico, avaliar se o uso correto da medicação está sendo feita e utilizar o período da manhã para o atendimento odontológico. Quanto à utilização dos anestésicos locais, para a maioria dos pacientes diabéticos, anestésicos com vasoconstrictores como a epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 são bem tolerados, apesar de que sabe-se que a epinefrina apresenta efeito farmacológico oposto ao da insulina, em concentrações elevadas. Soluções anestésicas de prilocaína 3% com o vasoconstrictor felipressina a 0,03% UI/ml e a mepivacaína a 3% sem vasoconstrictor também podem ser utilizadas. Com relação às prescrições medicamentosas. Pacientes diabéticos tipo 1, submetidos à insulinoterapia, apresentam suscetibilidade aumentada ao choque insulínico (hipoglicemia) durante procedimentos odontológicos. Frente às considerações médicas comuns aos pacientes com DM e as complicações e manifestações orais, tais pacientes pode apresentar alterações que requeiram cuidados e modificações odontológicas. O cirurgião-dentista como parte da equipe multiprofissional, deve orientar, prevenir e intervir frente a possíveis alterações na cavidade oral. Uma anamnese criteriosa deve ser realizada para direcionar o profissional para uma correta conduta terapêutica.
Descrição:
SANTOS, Bertson Brunnelli Alves dos. Diabetes Mellitus: Considerações clínicas e odontológicas. 2020. 19f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Odontologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Araruna, 2020.