Resumo:
O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de lesões maxilofaciais decorrentes de episódios de agressão interpessoal em crianças e adolescentes, assim como caracterizar as circunstâncias de acometimento das vítimas. Foi realizado um estudo do tipo documental e retrospectivo, conduzido em um Centro de Medicina Legal e Odontologia Forense, por meio do qual foi avaliada uma amostra de 335 laudos referentes à perícia médica e odontológica conduzida em vítimas de até 19 anos de idade. Os dados foram registrados em um formulário e, posteriormente, inseridos em um banco de dados no IBM SPSS Software, versão 22. As informações foram analisadas por meio da estatística descritiva e inferencial. Os resultados mostraram que a maioria das vítimas era do sexo feminino (60,3%) e com predominância na faixa etária de 15 e 19 anos de idade (57,6%). As agressões ocorreram em diferentes espaços sociais, mas, sobretudo no ambiente domiciliar (50,6%), no turno da noite (39,5%) e em episódios que envolveram um autor conhecido da vítima (91,5%). Grande parte dos agredidos apresentou lesões múltiplas (75,8%), em até 3 regiões do corpo (93,4%). Lesões do tipo contusas foram reportadas mais frequentemente (86,2%). A prevalência de lesões maxilofaciais foi de 36,7%, com pouca repercussão na cavidade bucal (8,4%). Foi observada uma associação significativa (p<0,05) entre a presença de lesão na face e as variáveis “autor da agressão” e “quantidade de lesões”. Conclui-se uma elevada prevalência de lesões no complexo maxilofacial e quanto à caracterização ato violento destacou-se a ocorrência de lesões em distintas regiões corpóreas, oriundas de violência perpetrada por um sujeito conhecido da vítima, quer seja com ou sem laços de consanguinidade.
Descrição:
COSTA, Suellen Rabelo Rocha da. Lesões maxilofaciais em crianças e adolescentes vítimas de agressão física. 2019. 18 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Odontologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Araruna, 2019.