"Colocar a doença no corpo": vacinação e revacinação contra a varíola na cidade da Parahyba do norte entre o final do século XIX e começo do século XX

Abstract

O presente trabalho analisa a repercussão da varíola na capital paraibana entre o final do século XIX e o começo do século XX por meio da análise das campanhas de vacinação e revacinação. No começo do século XX, a eclosão da Revolta da Vacina, em 1904, no Rio de Janeiro marcou o auge da resistência à prática médica capitaneada pelo sanitarista Oswaldo Cruz de aplicação da vacinação para imunizar a população carioca contra as “bexigas”. Embora na Parahyba do Norte não tenham eclodido manifestações como esta, foi possível perceber por meio da documentação consultada algumas formas de resistência da população paraibana contra receber no corpo a inoculação do vírus causador da varíola. A ideia parecia confusa do princípio norteador da vacina e que, somada à desinformação, contribuiu para uma reticente relação entre a população e a vacinação. Como fontes documentais, utilizo jornais como A União e o Estado da Parahyba, além das mensagens de Presidente de Estado, que revelam a passagem da varíola pela Paraíba e as campanhas de imunização que foram organizadas.