Estabilização de solo com emulsão asfáltica para utilização em camada de base e sub-base de pavimento flexível

Abstract

O Brasil possui uma rede bem extensa de estradas, que muitas vezes se encontram em um estado ruim ou péssimo. Nos últimos anos, o aumento do fluxo de veículos nessas estradas, tem agravado cada vez mais essa situação. Para que esses veículos trafeguem com segurança e conforto, é necessário que as rodovias estejam no mínimo boas. Porém, para que se construa uma rodovia que atenda a essas condições e que tenha uma longa vida útil, é necessário que não apenas o pavimento, mas que também as camadas que o sustenta, estejam em boa qualidade. Para que essas camadas suportem as cargas do tráfego, é necessário que as mesmas sejam formadas por matérias com ótimas propriedades mecânicas. Entretanto, muitas vezes, os solos encontrados na região, não atendem as especificações procuradas e o transporte de materiais de boa qualidade torna-se uma alternativa inviável. Por isso, optar pelo melhoramento e utilização do solo local, reduz consideravelmente os custos. A motivação central desse trabalho é ajudar na busca de alternativas e técnicas, que possibilitem o emprego desses materiais disponíveis na região, ajudando assim, na melhoria da pavimentação e da trafegabilidade das estradas. Para que esse solo possa ser utilizado na pavimentação, ele precisa ser estabilizado, melhorando assim, suas propriedades. A estabilização de solos por meio da utilização de emulsão asfáltica é uma das alternativas mais antigas, porém pouco estudada, e por isso é o objetivo central desse trabalho. Até hoje, não existe uma norma brasileira que prescreva um procedimento laboratorial para essa técnica, nem mesmo há muitos trabalhos publicados sobre a mesma. Por conta disso, este trabalho buscou estabilizar um solo encontrado na cidade de Araruna, através da utilização de emulsão asfáltica, e apresentar os resultados obtidos dessa mistura. Foi realizado ensaios básicos de caracterização do solo e da emulsão asfáltica, e ensaios de compactação e CBR, testando três porcentagens de emulsão, 4%, 8% e 12%, para a mistura solo-emulsão. Onde foi possível concluir que o emprego de pequenas quantidades de emulsão, em solos finos, aumenta a impermeabilidade do mesmo, o que resulta na diminuição da sua expansão. E que o emprego de grandes quantidades de emulsão resulta na diminuição da resistência dos solos finos, pois ocorre a diminuição do atrito entre os grãos, além de atrapalhar a compactação da mistura, pois existe água na emulsão, que afeta a quantidade de água da mistura.