Resumo:
O ano de 1054 marca, para a maioria dos historiadores, o rompimento da Igreja Cristã do Ocidente, a Igreja de Roma, com suas irmãs do oriente, os patriarcados orientais. Tal rompimento é denominado no Brasil como “Cisma do Oriente”, expressão criticada por historiadores como Morini (2005) que consideram tal expressão uma demonstração da ocultação de detalhes ou, ainda, uma manipulação das narrativas em torno do fato a qual fomos submetidos por séculos. O presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento da versão que se tornou documento-monumento na educação e academia brasileiras, comparando-as às narrativas expostas por autores que têm trabalhado sob a perspectiva oriental cristã. Para isso, foram utilizados livros didáticos sob uma análise do que é exposto ou não na sala de aula sobre o tema. Os livros didáticos de autores como Ricardo Dreguer (2006), Oldimar Pontes Cardoso (2006), Francisco de Assis Silva (2001), Nelson Piletti (2005), e Mario Furley Schmidt (2002) são comparados e analisados no intuito de perceber as concordâncias, discordâncias e omissões na educação brasileira sobre narrativas a respeito de temas que mencionem a Igreja Ortodoxa. Obras de autores renomados como as de Circe Bittencourt (1993), Jacques Le Goff (1990), Hilário Franco Júnior (1985) e Peter Burke (1992) compõem o leque de referências utilizadas como norteamento para a composição deste trabalho afim de reforçar a necessidade de desconstrução das narrativas em torno deste tema bastante ignorado ou mal-entendido entre historiadores, facilitando a compreensão sobre os fenômenos de mudança social, cultural, econômica e política que se seguem no Séc. XI no Ocidente.
Descrição:
SILVA, Robson Nunes da. Narrativas sobre a igreja ortodoxa no livro didático: uma história do cristianismo oriental. 2019. 29 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2019.