Fauna de invertebrados atropelados em rodovias e estradas de terra no entorno da reserva biológica Guaribas, Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil

Abstract

Muitas populações de animais silvestres são afetadas negativamente por atropelamentos causados por automóveis em rodovias asfaltadas e estradas de terra em todo o mundo. Contudo, a imensa maioria dos estudos sobre esse tema tem sido centrada para os vertebrados. No Brasil, são escassos os relatos sobre mortalidade de invertebrados atropelados em rodovias e estradas no entorno e interior de unidades de conservação da natureza. Portanto, este trabalho teve por objetivos determinar a composição taxonômica, estimar a abundância e a mortalidade anual, determinar as guildas tróficas a qual pertencem elaborar uma lista de potenciais predadores e propor medidas mitigadoras para a mortalidade de invertebrados no entorno da unidade de conservação. Foram feitos monitoramentos por meio de caminhadas (início: 5:00h; término: 12:00h) entre os meses de junho a outubro de 2017, em trechos de 8 km nas rodovias PB 071 e BR 101 e trecho de 3,7 km em estrada de terra no interior da reserva; com participação de três observadores. As carcaças dos invertebrados foram fotografadas e coordenadas geográficas do ponto de encontro registradas. Em seguida, cada carcaça foi removida e acondicionada em sacos de plástico, conservada em álcool etílico a 70% e, posteriormente, triada e identificada aos níveis de ordem ou família. Foram registrados 593 espécimes de invertebrados atropelados. A diversidade de táxons foi calculada usando o Índice de Shannon, no trecho da BR 101 foram registradas 197 carcaças (Insecta (n=155); e Mollusca (n= 39), Chelicerata (n=3), na PB 071, 366 carcaças (Insecta (n= 254): e Mollusca (n= 108); Chelicerata (n=2) e estrada de terra, 30 carcaças (Insecta (n= 24); e Mollusca (n= 6). Não houve diferença significativa (p > 0,05) em relação à quantidade de insetos e na abundância de invertebrados atropelados nas BR 101 e PB 071 rodovias pavimentadas. No entanto houve diferença significativa (p < 0,05) quando comparada a (BR 101 e PB 071) com a Estrada de Terra. A intensidade do fluxo de veículos, tamanho da estrada e a fragmentação influenciaram no número de animais atropelados. Os espécimes mais vitimados foram os insetos e os moluscos. Diante disso faz-se necessário a criação de medidas mitigadoras, ampliando os estudos sobre ecologia de estradas em invertebrados, buscando manter a conservação das espécies.