Tecnologia social de reuso de águas cinzas: a experiência da bioágua no assentamento São Domingos, município de Cubati-PB.

Abstract

Quando estudamos sobre o reuso de águas cinzas e o programa de políticas hídricas do semiárido como as cisternas do P1MC (Programa um milhão de cisternas) e P1+2 (Programa uma terra e duas águas) em comunidades rurais observamos que o problema da escassez hídrica e a dependência das recargas d’água com os carros-pipa gera o que pode ser nomeado de ruptura do processo de autonomia hídrica e enfraquecimento das ações agroecológicas. Além disso, a falta de políticas públicas voltadas para o tratamento do esgoto rural faz com que as famílias repitam práticas de manejo inadequado dessas águas não tratadas contaminando o solo e colocando em risco a sua saúde. O objetivo deste trabalho é avaliar o uso da tecnologia social de reuso de águas cinzas do sistema Bioágua através dos relatos e vivências das famílias agricultoras. A metodologia adotada para esta pesquisa é do tipo exploratória. Foi realizada a caracterização da área de estudo, levantamento bibliográfico e documental. Através de parceria com organização não governamental houve uma visita in loco para aplicação de questionários semiestruturados. Foi possível observar que as famílias do assentamento São Domingos, no município de Cubati-PB ainda dependem das recargas d’águas, no entanto, a partir da inserção das tecnologias sociais hídricas e o uso integrado do reuso das águas cinzas essa quantidade diminuiu. É preciso que a mais estudos desenvolvam tecnologias que potencializem outras tecnologias sociais como forma de ajuste para uma maior eficácia de autonomia hídrica das famílias agricultoras, tendo em vista a irregularidade pluviométrica da região semiárida e a má gestão das águas. Observa-se, ainda, que o número de famílias assentadas que desenvolvem as práticas agroecológicas ou que estão engajadas em mobilizações e capacitações no assentamento é considerada um número pequeno. Espera-se, que através desse trabalho, outros assentamentos e comunidades agroflorestais se mobilizem e lutem por políticas hídricas para uma melhor qualidade de vida e valorização do espaço vivido.