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Os alunos egressos do ensino médio precisam de uma formação geográfica sólida para que sejam capazes de compreender a relação sociedade natureza, norteados pelas categorias de análise da ciência geográfica. Para isso, é importante que saibam analisar os fenômenos naturais que os cercam e que entendam a implicação das ações humanas sobre o meio. Porém, os temas físico-naturais da Geografia são apresentados aos alunos de forma superficial, sem aprofundamento e contextualização com a dinâmica social. Vários são os fatores que podem contribuir para que isso ocorra nas escolas, desde a relação dicotômica ainda existente entre geografia física e geografia humana, que está diretamente ligada à formação dos professores de Geografia da Educação Básica, até aos documentos legais utilizados para elaboração dos currículos dos ensinos fundamental e médio. Isso acaba por interferir não apenas nos currículos escolares, na forma como a disciplina de Geografia é conduzida nas escolas, mas na proposição de recursos didáticos para as aulas de Geografia. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo investigar a abordagem das temáticas físico-naturais no ensino médio. Para tal, tomou-se por base a trajetória da ciência geográfica no Brasil, documentos normativos da Educação Básica de 1990 a 2020, e informações coletadas junto a professores atuantes no estado da Paraíba. Utilizou-se questionário eletrônico (Google Forms) divulgado por meio de redes sociais (Facebook e Instagram), e mensagens enviadas por meio do aplicativo WhatsApp a grupos de professores de Geografia atuantes no estado da Paraíba, além de e-mails enviados para esse público-alvo, entre os meses de outubro e dezembro de 2020. Com base nas informações extraídas nos questionários, 42 professores da rede pública regular do estado da Paraíba responderam as questões apresentadas. Para os docentes, os alunos apresentam dificuldades em compreender os temas físico-naturais. Os professores participantes afirmam que a ausência de materiais didáticos específicos para trabalhar os conteúdos das aulas sobre Geografia Física contribui para o problema. Foi possível inferir que a formação inicial dos professores favorece o distanciamento dos docentes com as temáticas físico-naturais. Por fim, realizou-se a proposição de aulas em que o sensoriamento remoto, por meio de imagens de satélite, pode ser utilizado como recurso didático para abordar temáticas físico-naturais, especificamente, os domínios morfoclimáticos brasileiros. |
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