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A íntima relação entre o canal mandibular e os terceiros molares inferiores pode acarretar complicações trans e pós-cirúrgicas na remoção desses dentes, como lesões no nervo alveolar inferior. Por esse motivo, um correto diagnóstico imaginológico se faz necessário. Este trabalho se propôs a realizar um estudo retrospectivo em radiografias panorâmicas digitais da Clínica de Diagnóstico por Imagem da Universidade Estadual da Paraíba, para avaliar a relação entre o canal mandibular com os terceiros molares inferiores. De um total de 328 radiografias panorâmicas avaliadas, foram contabilizados 573 terceiros molares inferiores, sendo que a maior parte delas possuía os dois terceiros molares. A maioria das radiografias era de pacientes jovens, do sexo feminino. Em relação à classificação de Winter, as posições mais prevalentes dos terceiros molares foram a vertical e a mesioangular, e também a posição AI, pela classificação de Pell e Gregory. A posição vertical do dente 48 apresentou relação estatisticamente significativa com o sexo feminino e a posição horizontal de ambos os dentes, com o sexo masculino. A maioria dos terceiros molares não apresentou sinais radiográficos de contato com o canal mandibular, sendo que 46,9% apresentaram sinais radiográficos de íntimo contato. Os sinais mais prevalentes foram deflexão da raiz (24,9%), escurecimento radicular (21,6%) e desvio do canal mandibular (16,0%). Em ambos os dentes avaliados, a posição AI não se apresentou estatisticamente relacionada com o canal mandibular e as posições AII e BII apresentaram-se estatisticamente relacionadas ao canal. No dente 38, a posição mesioangular também não estava estatisticamente relacionada ao íntimo contato com o canal. No dente 48, todas as posições B se apresentaram estatisticamente relacionadas ao canal mandibular. Quando na avaliação de uma radiografia panorâmica, ao se constatar a presença de íntimo contato dos terceiros molares inferiores com o canal mandibular, como no caso das posições AII e B, e também, da posição horizontal, que demandam um planejamento mais elaborado, deve-se solicitar a tomografia computadorizada de feixe cônico. Esse exame irá facilitar o planejamento cirúrgico e também a prevenir possíveis complicações, como a lesão do nervo alveolar inferior, melhorando, assim, o prognóstico do paciente. |
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