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O baixo índice de representatividade de mulheres e homens negros na política, de modo especial na
Câmara Federal, está relacionado ao racismo estrutural, à forma pela qual algumas instituições
públicas e privadas no Brasil lidam com a questão racial. Neste entendimento, as instituições reforçam
o discurso de que a pessoa negra não pode ocupar determinados espaços de poder, sendo atuais os
resíduos pós-coloniais que alimentam a perspectiva de inferioridade da gente negra em função dos
brancos, letrados e da elite econômica. Entretanto, mulheres e homens negros se uniram, ao longo da
história, resistindo à opressão. A luta maior ocorreu através de outras instâncias político-sociais como
o MNU (Movimento Negro Unificado) a qual possibilitou a entrada de negros (as) no legislativo
federal. A pergunta-problema deste estudo se concentrou na seguinte questão: como se apresentou a
presença de parlamentares mulheres e homens negros na Câmara Federal no período de 1985 a 2021?
Sendo assim, a tese de doutorado de Osmar Teixeira Gaspar (2017), o livro “Racismo Estrutural” de
Silvio Almeida (2019) e o livro “O Que é Lugar de Fala?” de Djamila Ribeiro (2019) serviram,
precipuamente, para o desenvolvimento deste trabalho. Esta pesquisa, além de ser teórica, teve como
linha investigativa, a análise de fontes documentais. Para desenvolver este trabalho, fomos à arquivos
digitais de instituições, a saber: a Câmara Federal e Arquivo Nacional Digital, buscando dados sobre
biografias, atuações e discursos de alguns deputados (as) negros (as), de acordo com o recorte
temporal de nossa investigação. Dessa forma, pudemos identificar que a “invisibilização” e “sub representação” da gente negra brasileira na política é uma construção histórico-social. Além disso, as
mulheres negras são as que mais sofrem com esse processo silenciador, que contra elas vem sendo
operado pelo racismo, sexismo, machismo e o colonialismo. |
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