Resumo:
Este trabalho versa sobre os discursos higienistas no Brasil do início do século XX, notadamente no Rio de Janeiro, procurando pensar como estes, difundidos através da imprensa e, mais particularmente, dos anúncios publicitários, participaram da construção das funções sociais e da corporeidade das mulheres, marcados pela difusão dos saberes médicos, do projeto modernizador da nação e das seduções do consumo. Para tal, utiliza como fonte a revista carioca Fon-Fon, analisando anúncios sobre a higiene do corpo feminino, alimentação e higiene infantil, recortados principalmente nos primeiros anos da década de 1920. Demonstra, através da pesquisa, o caráter definidor de desigualdades de classe e gênero dos projetos modernizantes das capitais brasileiras, através das reformas urbanas e medidas sanitárias, movidos pelos ideais higienistas; identifica os elementos de controle dos corpos femininos e da construção do papel essencial atribuído às mulheres como pedagogas do lar e, por conseguinte, da nação, para transmitir no espaço familiar os valores e práticas higienistas, que deveriam fornecer cidadãos saudáveis para a pátria. Observa, por fim, neste papel, a intensificação da função da maternidade, então marcada pelo apelo da cientificidade como forma de instruir as mães no cuidado com sua prole. É assim um trabalho que se insere no campo de uma perspectiva cultural da relação história e gênero, destacando corpo e mulheres como categorias importantes.
Descrição:
SANTOS, A. C. dos. Título: Higiênicas e mães: as mulheres e os discursos higienistas nos anúncios publicitários da revista Fon Fon (RJ,1920). 2022. 27f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2022.