Trabalho doméstico, afetividade e poder uma análise das relações patrão-empregada no filme que horas ela volta?(2015)

Abstract

O objetivo geral deste trabalho é analisar, a partir do filme Que horas ela volta?(2015), dirigido por Anna Mulyaert,como são representadas as relações de afetividade na dinâmica patrão-empregada doméstica, configurando estratégias de poder e controle, subjetivadas pela protagonista, Val, interpretada pela atriz Regina Casé.Adotamosa perspectiva da pesquisa qualitativa, selecionando aspectosdo filme para uma reflexão a partir da relação entre Cinema e História, amparadatambém emtrabalhos científicos (artigos) produzidos acerca do nosso objeto de pesquisa eda temática da históricainvisibilidade social da empregada/o doméstica no Brasil. Como aporte teórico-metodológico a esta pesquisa, utilizamos como principais autores (as): Ferro (1992), Ferraz et al., (2017), Oliveira et al., (2017), Silva et al., (2017)entre outros. Em linhas gerais, infere-se que a afetividade construída entre patrão-empregado é uma forma de controle da força de trabalho, mas que, de acordo com o filme, pode ser revista, atualizada, descontruída a partir de uma consciência sólida no tocante ao valor que se dá a si mesmo. Assim sendo, depreende-se que a personagem principal (Val), necessitou de um personagem coadjuvante/secundário (Jéssica) para lhe conduzir ao processo gradual de consciência que, como se pôde observar, foi submetido a uma série de conflitos até atingir o seu clímax: a saída de Val de forma voluntária da casa de seus empregadores.