dc.description.abstract |
A cultura pode ser entendida como símbolo das construções humanas sobre determinado território, nesse sentido, é possível entender a feira livre como um símbolo cultural, dado que sua construção está intrinsecamente ligada à facilidade do ser humano em fabricar/trocar objetos. Atualmente, as feiras livres vêm se diversificando cada vez mais para acompanhar a modernidade e não terem findas as suas atividades. O município de Mari-PB, conhecido antes por Araçá, se insere no contexto de cidade interiorana, com poucos habitantes e comércio relativamente pequeno, com atividades econômicas voltadas para o comércio informal, ou seja, a feira livre. As paisagens culturais encontradas nas feiras livres possuem suas características e singularidades, assim, os indivíduos ali inseridos expressam seus traços e identidades nesses lugares proporcionando a todo o espaço urbano circundante uma transformação, de modo a criar elementos identitários que representam símbolos de apropriação sobre dado território. A feira enquanto território formatado como lugar de balbúrdia, trabalho informal, sazonalidade, tradição popular interiorana, submissão ou subalternidade, encontra diversas dificuldades para manter suas atividades, uma vez que por estar em desacordo com as tendências econômicas e culturais mundiais torna-se um território esquecido, em muitos casos, desprezado pelos consumidores que encontram na facilidade dos supermercados, os mesmo produtos e, pelas políticas públicas que não enxergam valor nas atividades comerciais estabelecidas neste território, sob a ótica do capitalismo. Partindo desses pressupostos, o trabalho buscou compreender a relação entre o território, a cultura e a paisagem enquanto elementos presentes na feira livre do município de Mari-PB. Diante das pesquisas e inserção no território da feira livre foi possível constatar a importância de se analisar a feira enquanto território de trocas comerciais, afetivas e de poder, sua paisagem em crescente e inevitável mutação ou redução, além dos horários de maior circulação de pessoas, dos diversos segmentos, das características territoriais e paisagísticas e as práticas de trabalho infantil de crianças e adolescentes, seja nos bancos ajudando os familiares ou no frete. Todos esses aspectos demonstram como são desenvolvidas as dinâmicas e a formatação da feira livre. |
pt_BR |