dc.description.abstract |
Neste estudo objetivamos estudar as obras Menino de Engenho e Meus Verdes Anos de José Lins do Rego, tendo como parâmetro o discurso ficcional e o memorialista que perpassam os textos, comparando a visão de infância nos livros Menino de Engenho e Meus Verdes Anos. Através da linguagem empregada relacionando o tema família no contexto das duas obras, buscamos identificar em qual delas houve maior proximidade do sujeito com o meio social patriarcal, além de identificar o modo como o sujeito (ficicionista/memoralista) se porta ao longo das obras. Dialogamos com autores como Dabat (2007), Araújo (2002), Vendruscolo (2005), Grubits (1996) e Foucault (2004), dentre outros. Do ponto de vista metodológico, optamos por um estudo de cunho analítico-interpretativo por meio do estudo da enunciação e por meio da organização do sentido nas duas obras, procurando descrever, explicar o que cada texto pontua e como o faz quanto à construção identitária das personagens e Carlinhos e Dedé, tais como o espaço social do engenho, a perda de sua mãe, a solidão, o medo da morte e as experiências sexuais. Os resultados apontam que a construção das personagens em Menino de Engenho e Meus Verdes Anos, apesar de pertencerem a momentos distintos da produção narrativa de José Lins, guardam traços comuns e identitários da infância aproximados quanto ao papel da família e do meio social nas suas constituições. Porém, não percebemos o alinhamento de uma mesma subjetividade posta para as personagens, ou seja, ambos não expressam os mesmos elementos representativos de sujeitos construídos pelo modelo patriarcal. Apenas Carlinhos mostra características dessa construção. |
pt_BR |