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O cigarro como um produto de consumo vem sendo continuamente (re)significado, dentro dessa perspectiva o ato de fumar esteve por muito tempo associado a um símbolo de elegância e charme, e até mesmo eram atribuídas características benéficas a saúde dos fumantes, mas a principal atribuição do cigarro estava na singular simbologia de ser algo sinônimo de prazer e assim as baforadas enfumaçadas ocupavam os mais diferentes ambientes e os cigarros eram empunhados pelos diferentes motivos, gêneros e classes sociais; desse modo, o cigarro até antes do final do século XX era uma espécie de passaporte de inclusão. Entretanto com o passar do tempo e a evolução da medicina, o discurso saudável tornou o cigarro um vilão e assim ele perde o seu lugar romântico consagrado pelos meios midiáticos; fumar é associado, nestes novos tempos, como um hábito nocivo a saúde pública em geral. Dentro desse contexto, tanto o cigarro quanto o fumante foram relegados a marginalização; fora das mídias, fora dos ambientes fechados, e assim os cigarros vêm ganhando as calçadas, os becos, os lugares menos glamorosos. Neste caleidoscópio de (re)definição, o cigarro não possui um único significado e estes significados, por sua vez, não é imutável, pois o cigarro, como este mundo pós-moderno, é (ou somos) mutantes. |
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