Resumo:
O presente artigo tem como objetivo compreender como as questões climáticas promovem
fluxos de populações deslocadas no contexto latino-americano, focando no estudo de caso do
processo migratório dos refugiados haitianos no Brasil após as catástrofes ambientais que
aconteceram no Haiti, em 2010 e 2016. O objetivo específico do trabalho é analisar de que
forma o governo brasileiro lidou com esse caso e quais as políticas internas usadas para dar o
amparo necessário a esses fluxos de deslocados climáticos. Visando cumprir com os objetivos
propostos, este trabalho contará com uma metodologia exploratória de natureza qualitativa e
quantitativa, realizado por meio de um estudo de caso com uma abordagem dedutiva, e uso
de fontes primárias e secundárias. Desse modo, partindo da premissa de que dentro do direito
internacional o termo do “refugiado ambiental” não se enquadra como refugiado dentro da
Convenção de 1951 e seu Protocolo de 1967, esses indivíduos ainda não possuem uma
proteção jurídica dentro do direito internacional. Na América Latina, apesar de já se ter uma
maior abrangência do termo refugiado, ainda se tem uma relutância em enquadrar os
“refugiados ambientais” como refugiados. No Brasil, em relação ao processo migratório dos
haitianos, o país se pautou no conceito de refugiado do direito internacional, não
reconhecendo os refugiados haitianos como “refugiados ambientais” e concedendo a estes um
visto humanitário, que apesar de ter permitido a residência e trabalho no país, acabou
dificultando a proteção jurídica desses indivíduos, deixando-os mais suscetíveis a violações
dos direitos humanos.
Descrição:
MOUREIRA, L. B. L. Refugiados ambientais na América Latina: estudo de caso dos haitianos no Brasil (2010-2018). 2022. 31f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Relações Internacionais) - Universidade Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2022.