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A história de um povo é construída através das memórias de luta e resistência que revelam sua identidade. Tais memórias podem e devem ser observadas no processo de estruturação do conhecimento, sobretudo, a partir de perspectivas contextualizadas que utilizam o meio em que o sujeito se encontra na composição do saber. Partindo desta premissa, nos debruçamos sobre as memórias de resistência dos trabalhadores rurais para compor um ensino de Geografia contextualizado a partir da “Luta de Alagamar”, movimento social que ocorreu em Alagamar, comunidade rural situada entre os municípios de Salgado de São Félix e Itabaiana, ambos na Paraíba – Brasil. Nosso objetivo geral busca analisar o trato com as memórias e histórias da Luta de Alagamar como possibilidade para a construção de um ensino de Geografia contextualizado. Nos objetivos específicos, refletimos sobre a formação desse ensino buscando compreender a Luta de Alagamar dentro do contexto da questão agrária no Brasil, além de discutir como as histórias e memórias do conflito social podem contribuir para a criação desse ensino no território de Alagamar. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com cunho documental e tem como instrumentos de coleta de dados um questionário aplicado com os docentes da Escola Estadual Ensino Fundamental e Médio Arnaldo Maroja; e um diálogo que evidencia o movimento social em estudo como um espaço para a constituição de um ensino de Geografia contextualizado no território do campo. Teoricamente, na perspectiva da contextualização do ensino no território do campo, dialogamos com Freire (1985), Fonseca (2005), Oliveira (2005) e Moacir Gadotti (2007). Além destes, recorremos aos conceitos de memória em Le Goff (2013), Bossi (1994), e movimentos sociais, de Abramovay (1982). A presente pesquisa constituiu-se como um espaço de discussão para a composição de um ensino contextualizado no campo geográfico, a partir das histórias e memórias referentes à Luta de Alagamar. Os resultados das observações levam a compreender que, apesar de não ser utilizada pelos professores da referida escola de maneira contextualizada, a história do conflito, bem como o próprio território oferecem subsídios para a construção de um ensino, pensado para os alunos de Alagamar. |
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