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Os modelos de distribuição de espécies vêm se mostrando uma importante ferramenta para aferir a paleodistribuição e potenciais causas de extinção de organismos do passado. Nos últimos anos, tornou-se evidente que as extinções não foram homogêneas nas Américas, variando entre diferentes regiões. Contudo, as causas seguem em debate na comunidade científica, nas quais dois fatores são vistos como os possíveis principais responsáveis, sendo estes: mudanças climáticas e interferência antrópica. Neste artigo, pretendemos avaliar se as mudanças climáticas foram responsáveis pela extinção da megafauna usando um modelo de distribuição de espécies para oito taxa selecionados: Equus sp., Glossotherium sp., Glyptodon clavipes, Glyptotherium sp., Lestodon armatus, Panochthus sp., Pampatherium humboldtii e Xenorhinotherium bahiense. Todas as espécies, de acordo com a literatura, são ditas espécies restritas a vegetação aberta, ou seja, locais áridos e semiáridos. Os resultados apontaram uma contração de 13,7% da vegetação aberta na América do Sul durante as mudanças climáticas ocorridas entre o Pleistoceno-Holoceno, tendo sido mais significativo na região nordeste do Brasil. A permanência de áreas consideráveis adequadas, em termos climáticos, para a ocorrência do habitat aberto desses grandes animais sugere que as mudanças ambientais, embora impactante, possivelmente não foi único responsável pela extinção da megafauna sul-americana. |
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