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Este trabalho traz uma discussão acerca da inserção da literatura indígena na sala de aula, em consonância com a Lei 11.645/08. Tem por objeto de estudo a crônica É ÍNDIO OU NÃO É ÍNDIO? do escritor indígena Daniel Munduruku, com objetivo em desenvolver uma proposta de leitura baseada na sequência básica para a formação de leitores críticos, além de enfatizar os desafios enfrentados e a invisibilidade para com os povos originários, assim como desconstruir os estereótipos criados ao longo do tempo, a exemplo da crença de que os indígenas são seres folclóricos, isolados da sociedade no qual desconhecem o uso de vestimentas, tecnologia, etc. A metodologia utilizada está baseada nas orientações do letramento literário, conforme enfatiza Cosson (2014) a respeito da construção de uma sequência básica dividida em quatro etapas, motivação, introdução, leitura e interpretação, a fim de proporcionar uma melhor abordagem do texto literário em sala, consequentemente, contribuir para a formação de um leitor crítico. Fundamentam este estudo os apontamentos sobre letramento literário, Cosson (2006, 2014), Kleiman (2005); sobre decolonialidade, Oliveira & Lucini (2021), Creston (2020), León (2012), Mignolo (2017); sobre a temática indígena, Almeida (2010), Munduruku (2016, 2018), Jekupé (2009); além dos referencias normativos sobre o ensino das culturas e literaturas indígenas em sala de aula, BRASIL (2008, 2017), a Lei 11.645/08, entre outros. Em síntese, face à cosmovisão do colonialismo a subalternizar minorias e grupos, na perspectiva decolonial, contrapondo todo tipo de inferiorização das raças, o texto literário assume a função de denunciar injustiças. Em contexto de ensino, a prática pedagógica pode fazer a diferença ao buscar desconstruir visões estereotipadas para com minorias, como é o caso dos povos indígenas. Espera-se que esse estudo possa contribuir para prática pedagógica de professores que buscam alternativas de como inserir a literatura indígena em sala de aula de forma respeitosa, sem haver uso de alegorias para com o ser humano indígena que não seja de teor valorativo. |
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