Resumo:
A Maternidade instiga debates, a figura mãe é carregada de forte simbolismo e devoção, é de
senso comum enxergar o binômio mulher-mãe como personagens intimamente ligados, um
só ser, onde uma separação talvez não seja possível ou até mesmo aceita. Nesse contexto, essa
pesquisa objetivou-se com o trabalho de analisar os diferentes discursos maternalistas
presentes no nordeste brasileiro na década de 1920, suas causas e influências no controle e
sofrimentos dos corpos femininos, em um período que passava por diversas mudanças sociais,
econômicas e políticas em consequência do crescimento dos pensamentos Higienistas e
Eugenistas. O trabalho foi realizado através de recortes do jornal Diário de Pernambuco, como
também das leituras de autoras e autores considerados referências para as áreas de gênero,
classe, raça, maternidade, História da Mulher e História do Corpo, como Elisabeth Badinter,
Maria Martha L. Freire, Mary Del Priore, bell hooks, Durval Muniz, Patricia Hill Collins,
Lilia M. Schwarcz e entre outros, onde avaliou-se o impacto dos discursos maternalistas
aliados a outros movimentos – como o Feminismo e dos demais já citados acima –, na
construção do novo imaginário feminino brasileiro, ou a “mulher ideal”. Conclui-se que a
relação entre mãe e mulher passou por uma reconstrução ao longo da década de 20, onde a
mulher teve – mais uma vez – seu lugar e papel na sociedade discutido e decidido por sua
capacidade reprodutora e pela “entidade” mãe.
Descrição:
PONTES, J. da S. A (re)construção do Feminino: discursos maternalistas no nordeste brasileiro na década de 1920. 2022. 55f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2022.