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O uso de drogas está associado a um maior risco de cárie e doenças periodontais, também existe uma alta prevalência de lesões em mucosa oral e alterações do fluxo salivar. Por se tratar de um grupo vulnerável, estudos com este não são comuns, devendo ser cada vez mais incentivados. O presente estudo teve como objetivo realizar uma avaliação da saúde bucal em dependentes químicos internados na Fazenda do Sol em Campina Grande/PB. Foi realizado um estudo observacional transversal, a amostra foi de 19 pacientes, os quais foram interrogados quanto a dados sociodemográficos, comorbidades, medicações utilizadas e sobre o uso de drogas, além disso foi realizado um exame clínico odontológico para avaliação do CPO-D e ISG. Os dados obtidos foram registrados em planilha do Microsoft Excel, e posteriormente submetidos a um tratamento estatístico descritivo com o auxílio do software SPSS V28. Só homens foram avaliados. O perfil sociodemográfico dos dependentes químicos em processo de reabilitação avaliados foi de adultos com idade média de 35,74+12,58 anos, maioria negros, casados, sem dependentes com renda média familiar entre um e três salários mínimos, 94,7% se declaravam católicos e 36,8% possuíam ensino médio completo. Foi observado que 68,4% da amostra tinha alguma comorbidade, desses 92,3% sofriam de ansiedade e 38,5% depressão, essas foram as mais prevalentes. Durante esse processo reabilitador 57,9% dos avaliados faz uso de alguma medicação de uso contínuo, mais comuns são: ansiolítico, antipsicótico e anti-hipertensivo. É válido ressaltar que embora 89,5% afirmem ter apoio familiar, a grande maioria só passou a ter uma assistência psicológica e/ou psiquiátrica durante a internação na instituição. Foi encontrada alta prevalência das drogas lícitas, toda a amostra se declarou etilista e 73,7% tabagista. As drogas ilícitas mais usadas foram a maconha e a cocaína. Embora grande parte dos avaliados tenha afirmado realizar higiene bucal, apenas 27,8% afirmou usar fio dental. Foram encontrados altos índices de CPOD, média de 14,2, com maior prevalência para o número de dentes perdidos. Todos os internos tiveram um alto ISG. As alterações em mucosa oral mais comuns foram a queilite actínica e a pigmentação melânica. Foi possível concluir que saúde bucal em dependentes químicos internados na Fazenda do Sol em Campina Grande/PB foi precária, representada principalmente pelo CPOD elevado e alto valor do ISG. |
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