dc.description.abstract |
Para algumas regiões específicas do Brasil, como a região do semiárido do Nordeste brasileiro, existem poucos estudos que apresentam abordagens macroecológicas nas suas análises ecológicas. Nesta região semiárida, a vegetação da caatinga apresenta algumas características únicas, como um alto endemismo, alta heterogeneidade com espécies bem adaptadas as condições extremas de calor e seca e uma alta variabilidade espacial e temporal. A constante influência antrópica em associação com esse clima seco gera sérios impactos ecossistêmicos, que por sua vez representam um impacto direto na sua produtividade ecossistêmica, fator considerado essencial para estabilidade de qualquer ecossistema. Os estudos que abordam a diversidade de espécies e/ou produtividade geralmente focam nas relações do clima e do solo como principais impulsionadores da produtividade, mas eles não são os únicos. A riqueza de espécies, por exemplo, também é considerada um impulsionador da produtividade. O uso de técnicas de sensoriamento remoto nos permite estimar indiretamente a produtividade ecossistêmica com a utilização dos índices de vegetação, como o Enhanced Vegetation Index (EVI). Neste trabalho, utilizamos o EVI da vegetação da caatinga de alguns locais (n = 49) e os correlacionamos com sua riqueza de espécies lenhosas. Também usamos dados de precipitação das mesmas localidades para executar modelos lineares com o EVI e a riqueza de espécies. Os resultados mostraram que quase todos os modelos foram significativos (p ≤ 0,05, n = 49). A riqueza de espécies se correlacionou positivamente com o EVI (33%, p < 0,05); enquanto que a precipitação também se correlacionou significativamente e positivamente com o EVI, mas com menor força (11%, p < 0,05). A riqueza de espécies e a precipitação, no entanto, não tiveram uma correlação significativa (0,21%, p > 0,05). Concluímos que ambas as variáveis (riqueza de espécies e precipitação) são determinantes significativos da produtividade ecossistêmica no semiárido brasileiro, e que em uma escala de paisagem, a riqueza está mais correlacionada ao EVI do que a precipitação. |
pt_BR |