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O fitoplâncton é uma comunidade de algas microscópicas, fotossintetizantes, sendo responsáveis por quase metade do oxigênio da atmosfera. Esses organismos não são capazes de se movimentarem, vivem em suspensão na coluna d’água. São sensíveis as alterações naturais ou antrópicas no ecossistema aquático, se comportando, portanto, como excelentes bioindicadores ecológicos da qualidade de água. Dentre os fatores espaciais que influenciam a comunidade fitoplanctônica, as macrófitas aquáticas têm um papel relevante. Estas aumentam a heterogeneidade dos ecossistemas, pois competem com o fitoplâncton por luz e nutrientes, diminuem a turbidez, além de servirem de substrato para outras comunidades. Objetivou-se analisar a comunidade fitoplanctônica nos Complexos Lagunares das Três Lagoas (Lagoas da Ponte, Desconhecida e Misteriosa) e do Jacaré (Lagoas do Pitibull, Sol Caraceas e Estação), da região metropolitana de João Pessoa – PB, em um ciclo sazonal de coletas, analisando a heterogeneidade espacial e temporal dessa comunidade, relacionando-as com a ocorrência de macrófitas. Analisou-se três lagoas pertencentes ao Complexo das Três Lagoas e quatro do Complexo do Jacaré. As coletas foram realizadas bimensalmente na região litorânea, iniciadas em ago/09, perfazendo um ciclo anual. As amostras retiradas da sub-superfície da água foram acondicionadas em frascos com capacidade de 100mL, fixadas com formol a 4% para identificação (lâminas semi-permanentes) e quantificação (Câmara de Neubauer 1,8mm³) em microscopia óptica. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente, para compreender a variância entre as sete unidades amostrais no decorrer do tempo de coleta, e para testar a diferença entre os Complexos. A Análise de Correspondência Canônica relacionou as espécies com densidades superiores a 10% e as varáveis abióticos e macrófitas. A flora planctônica foi composta por 80 taxa (67 nas Três Lagoas e 56 no Jacaré), distribuídos em quatro divisões: Chlorophyta (40%), Cyanophyta (26,2%), Bacillariophyta (22,5%) e Euglenophyta (11,25%). Os Complexos apresentaram-se diferentes entre si (F= 20,20; p<0,001). De modo que as Três Lagoas tiveram maior número de táxons (18,0 ± 7,0 spp.), com 67 indivíduos e Jacaré a menor (9,0 ± 4,2 spp.), com 56, em todo período de coleta. A densidade fitoplanctônica seguiu o mesmo padrão. Variou de 222 ind.mL-1, na Caraceas, a 227.778 ind.mL-1, na Ponte, ambos em fev/10. Foi constatada variação espacial no Jacaré (F=5,93, p<0,001), onde a Lagoa do Pitibull diferenciou-se das Caraceas e Estação, pela alta ocorrência de macrófitas aquáticas em todo ano de coleta no Pitibull (4,3 ± 1,6). O grupo mais importante em termos numéricos em ambos Complexos foi Cyanophyta, com densidade relativa maior que 15 % nas Três Lagoas (65,77± 27,98 %) e 5 % no Jacaré (36,31 ± 25,58 %), em todas as amostras. De acordo com a ACC, as macrófitas aquáticas foram a variável de maior peso na diferença entre estes complexos, de modo que, nos ambientes em que ocorreu elevada infestação de macrófitas aquáticas, a densidade fitoplanctônica foi baixa. |
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