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O impacto da poluição por microplásticos (MPs) nos organismos aquáticos tem evidentemente crescido, estima-se que 79% dos 9,1 bilhões de toneladas de plásticos produzidos até o momento foram depositados em aterros e no ambiente natural chegando aos organismos aquáticos. Os MPs são partículas plásticas com tamanho entre 0,1 µm e 5,0 mm e possuem diferentes origens, coloração e formas. Neste estudo, quantificamos a ingestão de MPs por peixes provenientes do Estuário do Rio Paraíba, PB. Comparamos dois métodos de quantificação de microplásticos ingeridos por peixes, método químico a partir da oxidação da matéria orgânica (MO) pelo Peróxido de Hidrogênio (H2O2) e método visual através da identificação direta de microplásticos ingeridos. Com intuito de demonstrar qual método garantia maior eficácia na extração de MPs do trato gastrointestinal do peixe. No método visual foram triados 933 peixes que ingeriram apenas 180 MPs, enquanto no método químico, 415 peixes consumiram 508 MPs. Desta forma, o método químico revelou abundância média de 1,22 ± 1,77 de MPs e uma incidência de MPs aproximadamente três vezes maior quando comparado ao visual (0,19 ± 0,67), oxidando toda MO do trato gastrointestinal em um período de duas horas, revelando uma diferença significativa entre os métodos (p < 0,01). Um total de 621 (90,26%) fibras representou a maior incidência de MPs de classificação quanto ao tipo. Em termos de coloração, a cor azul ocorreu em 436 (63,37%) MPs. Desta forma, foi aqui demonstrado que os parâmetros oxidação de MO, tempo de exposição ao peróxido de hidrogênio e processo de filtragem para remoção de espuma formada foram eficientes, facilitando a identificação e a quantificação dos MPs, proporcionando maior eficiência da análise química para avaliar a ingestão de MPs por peixes. Estudos como este reforçam a necessidade da escolha do método adequado de extração de MPs em peixes, promovem a padronização de procedimentos e geram maior confiabilidade nos resultados obtidos. |
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