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As enteroparasitoses representam um grande problema de saúde pública, sendo uma das
principais causas de morbidade e mortalidade em países subdesenvolvidos. No Brasil, os
climas tropicais e subtropicais favorecem substancialmente para o surgimento dessas doenças,
que são causadas principalmente por protozoários (Giardia lamblia e Entamoeba histolytica),
platelmintos (Taenia solium, Taenia saginata e Hymenolepis nana) e nematódios (Trichuris
trichiura, Strongyloides stercolaris, Enterobius vermicularis, Ascaris lumbricoides,
Ancylostoma duodenale e Necator americanus). A transmissão desses parasitas intestinais
ocorre com maior frequência por meio do solo, água e alimentos contaminados com material
fecal e de pessoa a pessoa. Locais como escolas e creches constituem ambientes altamente
propícios para a disseminação dessas doenças, sendo as crianças alvo fácil desses agentes
infecciosos. O aumento da incidência das doenças parasitárias tem sido em grande parte
relacionado às precárias condições de saneamento básico, nível socioeconômico e
desinformação da população. Os parasitas intestinais estão entre os patógenos mais
frequentemente encontrados em humanos. As crianças por dependerem muitas vezes de
cuidados alheios, terem baixo grau de informação e além do mais possuírem um sistema
imunológico em desenvolvimento, estão mais susceptíveis. O trabalho teve por objetivo isolar
e identificar enteroparasitas nas amostras de fezes dos alunos de creches públicas, situada na
cidade de Catolé do Rocha-PB e correlacionar com o nível socioeconômico, cultural e
higiênico desses indivíduos. A metodologia do estudo foi estabelecida de seguinte forma: a
amostragem foi constituída por 45 alunos independente do gênero e raça, sendo a coleta de
dados feita a partir da aplicação de um questionário sociocultural com os pais ou responsáveis
pelos indivíduos, seguida da análise das fezes dos escolares. O material fecal foi processado
seguindo técnicas pré-estabelecidas como: Hoffman, Pons e Janer, e examinado por
profissionais distintos, o que proporcionou um menor índice de resultados mascarados. Das
crianças analisadas apresentaram-se parasitadas 82%, muitas delas com biparasitismo.
Giardia lamblia foi o protozoário patogênico mais frequente (28%), seguido de Entamoeba
histolytica (6%). Os helmintos detectados foram: Ascaris lumbricoides (67%),
Ancylostomideo e Enterobius vermicularis. Visto que estas crianças podem funcionar como
portadores e, portanto, fonte de contaminação, este estudo sugere que um programa de
educação continuada envolvido com a prevenção e tratamento das infecções parasitárias seja
implantado nesse âmbito escolar. |
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